segunda-feira, 27 de junho de 2011

A COMUNA DOS RATOS

É um sonho: a Comuna dos ratos
Teríamos uma casa comprada pela megasena com muitos quartos. Todos os Ratos, moraríamos juntos, Carluxo teria a companhia que sempre quis, Dalberto deixaria de pagar aluguel, Dudu teria uma segunda toca na zona sul, Dan teria seu quarto sempre, Pedro teria seu espaço preservado e solitário, eu, estaria no céu, acordar acompanhada e dormir acompanhada, Marcelâo topa tudo. Tudo seria comunitário, a cozinha, o jardim, a limpeza, a arte e a amizade. Amigos, sempre teriam  lugar, Maloqueiros, Maurição, Cadu, Formigão e muitos outros mais. Ivny, jamais esquecida, Eduardo e sua família. É hippie, é comuna, é de todos, é sonho, é um objetivo de vida, junto vem um trabalho voluntário com crianças carentes que muito quero realizar. Atenção Ratos: acho que nossas cabeças se comungam nessa hora, vamos à luta, o sonho está aí.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Para um Prefeito que se importa "muito" com o povo

Como eu não me importei com ninguém
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.

Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
              Bertold Brecht



Para um prefeito que muito se importou com o povo

Primeiro caçaram  os fumantes
mas não me importei com isso
eu não era fumante

Em seguida levaram alguns boêmios
mas não me importei com isso
eu também não era boêmia

Depois pegaram os poetas
mas não me importei com isso
porque eu não sou poeta

Depois agarram uns questionadores
mas como eu não questiono
também não me importei

Agora estão me levando
mas já é tarde.

Como  eu não me importei com ninguém
ninguém se importa comigo

Tiça Matta

sábado, 12 de março de 2011

MENTOS

como mentos
para evitar os aborrecimentos
não quero lamentos

na minha vida
como mentos
para no momento
fazer esclarecimenros

que evitam tormentos
saia excremento
você vai é pro balde

sábado, 26 de fevereiro de 2011



amigona













raro eu dedicar um poema
mas agora tenho um problema
há tempos quero escrever um
pra Maria Letícia muito especialmente
pessoa nota 11 sangue pra lá de bom
e cujo sobrenome, se verbo conjugado
é, prum assassino serial como eu
fracassado
perfeitamente fascinante:
nada mais nada menos que Matta
com dois T
por favor

tento e tento escrever um poema para
Maria Letícia Matta mas nenhum me contenta
nunca estão à altura da delícia de pessoa que ela é
Tiça tão serena dando vida a seu redor
e seu inquieto sobrenome

entre os dois essa beleza de contradição

Wanda Lins amiga eterna


Wanda e Pedro têm em comum: os lobos.
Última imagem vista por Wanda em vida
os lobos, em extinção, conseguiram se procriar.







 Para Wanda Lins,
minha homenagem a minha melhor e mais inteligente amiga,
para sempre
Pedro José

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Abaixo o preconceito



Um dia em Pedra de Guaratiba


Um dia em Pedra de Guaratiba


Nunca se sabe o que nos aguarda ao longo de um dia. Era domingo, o domingo tão planejado em que iríamos para Guaratiba de van alugada pra comer uma bela peixada e poetarmos para comemorarmos o aniversário da cidade. Para não enjoar na van tomamos apenas um café com pãozinho e partirmos para o ponto de encontro que era a casa de um amigo. Chegamos na hora marcada mas nada da van chegar. Depois de algum tempo, tomamos outro café da manhã, resolvemos comer e tomar uma cervejinha, pois ,estava ficando chata a espera. Um pouco depois soubemos que a van estava presa em um engarrafamento na Barra da Tijuca. E nós ,pacientemente, esperando em Ipanema. Nessa hora até cerveja quente vale. Quando já estávamos com o pensamento em outra, surge o telefonema: estamos chegando, vão para a esquina. Pegamos a van em frente ao Hotel Caesar Park e assim que entramos percebi que a van estava um forno, não havia ar condicionado e que o motorista estava de mau-humor. Descobri que o mau-humor era porque havia sido contratada uma lotada para dezesseis pessoas e apenas seis haviam comparecido. O prejuízo seria do motorista. Percorremos todo o caminho conversando sem poder fumar até pararmos e aí: baforadas em um posto de gasolina. Que ironia: isso era falta de juízo. Depois de uma hora e meia chegamos ao nosso destino: Guaratiba. Tínhamos levado um projetor e uma tela de cinema, que saímos carregando pelo meio da rua quando descemos da van.
Tudo tinha que ser levado para o Centro Cultural mas aí, amigos, todo mundo já estava doido para começar a farra depois de tanta espera. E ficamos sem ninguém para nos orientar onde era o Centro Cultural. Fomos à luta e achamos. Logo depois procuramos o banheiro, que para nossa surpresa, não tinha água tampouco papel higiênico, por sinal, nem água de beber tinha. Mas farra é farra, quando a cabeça está bem, nada incomoda. Partimos para o encontro com o resto da turma, que estava sentada bem isolada de tudo. Aí eu perguntei: por que tanto isolamento? e eles disseram que era porque ali era mais fresco. A cerveja, lógico, veio de imediato. Só que Brahma, mas Brahma, me desculpem, eu não bebo. Me poupo da ressaca do dia seguinte. Enfim, começaram a chegar as Antárticas. Bebemos. E eu comecei a sentir falta da peixada. Peixada? Que nada! O dinheiro que tinha sobrado da van, não ia dar para a peixada. E eu fiquei só no aguardo. A boca salivava por um peixe com arroz e um bom pirão. Mas quando veio, eram patas de siri. Patas de siri que foram almoço, lanche, jantar e ceia. Estavam até gostosas mas eram duras de se mastigar para quem tem dentes fracos. Ficamos nessa até o anoitecer. Aí fomos assistir um filme no tal do Centro Cultural que não tinha água, papel higiênico e, descobri também, ventilador. O filme era demorado; o lugar estava quente. Mas aguentei firme até o final. Dando algumas escapadinhas para fumar um cigarro do lado de fora. Desmontamos toda a parafernália do cinema e nos encaminhamos para a van para seguirmos viagem de volta. Eis senão quando descobrimos que a van tinha nos largado para trás e não iria nos levar de volta. Que situação! O que fazer? Fomos para o meio da estrada ver se capturávamos uma van para nos levar e pegamos a primeira. Pra que? O motorista era louco, quase matou todo mundo, tive que quase chorar para ele diminuir a velocidade e ameacei sair da van. Para completar, no meio do caminho a van pegou dois passageiros que eu jurava serem assaltantes. Mas acho que ficaram com pena de nós ou não eram assaltantes. Chegamos à Barrinha. Descemos da van e ficamos por resolver o que iríamos fazer carregando todo aquele equipamento caro de cinema. Não havia alternativa: morreríamos numa grana para pegar um taxi. Não havia outro jeito. Naquela hora, naquele lugar. O jeito era sair rápido. Resultado: se um amigo seu, poeta, te chamar para uma farra descontraída com direito a peixada desconfie. O poeta é um artista da vida. Aliás ele acha que a vida é uma peça.